Muito tem me assustado a forma com que as empresas nacionais poderosas e as multinacionais têm tratado seus executivos de segundo, terceiro e quarto escalão.
Esses profissionais, altamente qualificados, são sugados sem limite. Não há nem dentro dessas empresas, nem fora delas - pois muitos acabam na poltrona do psiquiatra - alguém que possa por um limite ao que está ocorrendo atualmente, acredito que não só aqui, mas também mundo afora.
Estes funcionários além da horas que a lei exige que ele cumpra tem sua carga de trabalho aumentada ou em seu próprio local de trabalho ou em casa, frequentemente em ambos. Final de semana não mais significa descanso, horas dedicadas à família. Com o advento da informática a maioria pode fazer de sua casa, e o faz, uma extensão do seu local de trabalho.
Aqui não vou falar sobre horas extras pagas ou não pois este não é o intuito desta matéria, o que é estarrecedor são as horas de trabalho que estão exigindo destes profissionais.
Normalmente as empresas que antigamente faziam questão que seu funcionário tirassem férias integrais, hoje só dão 10 dias e pagam o restante porque isto sai mais barato para elas, não precisa colocar ninguém no lugar por tão pouco período e os outros empregados que fiquem sobrecarregados...
Tem funcionário, inclusive, que não tira férias com medo de perder o emprego.
Mas o ser humano tem um limite e este está sendo usado além do suportável.
O que ocorre então?
- Pessoas cada vez mais irritadiças por ter que cumprir todas essas exigências para sustentar a família;
- Pessoas, cada dia que passa com mais medo de perder o emprego. A crise está por aí, como um fantasma, que perturba incessantemente;
- Nem as grandes qualificações hoje em dia significam segurança. As empresas podem precisar despedir para a contenção de gastos;
- A oferta sendo muito maior que a procura permite a contratação com salários mais baixos;
- Ninguém, que eu saiba, já está olhando de frente para este grande problema e procurando soluções;
- O que assisto são profissionais que adoecem, ainda cedo, como consequência deste excesso de trabalho;
- Tem um ditado que diz: "Trabalho não mata ninguém", mas no ponto que chegamos inutiliza e pode até matar...
Os que não querem isto para suas vidas - e há que se ter coragem - preferem ganhar bem menos, talvez ter o seu próprio negócio e ter uma vida de maior qualidade então partem para outra realidade que não mais os transformarão em fantoches do capitalismo selvagem que ao mesmo tempo que os colocam no nirvana dos bens de consumo, logo os joga na incapacidade física, mental e/ou espiritual.
Este mundo está mesmo muito distante do paraíso, tão distante que será que estamos já a dois passos do inferno, eu me pergunto?
Cada vez mais, com exceções é claro, deparo-me com este ser racional, chamado homem que não exita em destruir a natureza, acabar com os animais, transformar os homens em meros fantoches e fechar os olhos para muitos que morrem de fome e de sede tudo pelo poder, pela ganância...
Hoje a escravidão se dá desta forma.
Mas no futuro será bem pior pois conseguirão que os homens façam o mesmo que hoje, sem vontade própria mas com alegria, por algum meio, seja através de medicação ou inserção de chip uma pequena parte da humanidade controlará a todos, que então serão verdadeiros zumbis.
Esta é a verdadeira luta que temos a travar.
Não nos deixarmos engolir por este monstro chamado "evolução desenfreada" que visa tão somente transformar a todos nós em autômatos...
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