terça-feira, 6 de outubro de 2009

A OUTRA HISTÓRIA... QUANDO TEREMOS PAZ?




Há algumas semanas atrás, estava eu me vestindo para ir ao banco, quando minha mãe falou:

Vera você vai sair toda arrumada assim? Estamos perto do Natal e os assaltos já aumentaram.

Respondi: estou vestida com roupas de uso diário e usando apenas bijouterias. E lá fui eu para o ponto de ônibus. Apesar de algumas pessoas dizerem que os ônibus circulares da zona sul são os mais assaltados, são os que mais eu utilizo. Lá chegando reparei que havia um senhor e uma senhora . Fiquei esperando. Logo em seguida aproximou-se um rapaz, suspeito, com uma mochila nas costas e ficou ali parado, parecendo estar,também, esperando o ônibus. Ficamos ali por uns quinze minutos. Nesse meio tempo eu, disfarçadamente(?), guardei minha pulseira na bolsa e virei os anéis que estavam no meu dedo para parecerem aliança - lembrem-se eu estava portando bijouterias. Então o ônibus chegou e, tanto o senhor quanto a senhora fizeram sinal. O rapaz ficou parado. Resolvi subir no ônibus. Enquanto aguardava as duas pessoas subirem vi que um outro rapaz, também com uma mochila nas costa se encostou no outro que já estava lá e fez um sinal com a cabeça como que perguntando: vamos nesse? Nesse tempo eu já estava subindo e outras pessoas entraram atrás de mim, acho que umas três. Eu só tinha R$10,00. Pedi, então a trocadora que me liberasse a roleta para eu passar. Como tinham muitas pessoas ela me liberou, então sentei-me no banco próximo a ela para poder efetuar o pagamento, depois que todos passassem. Qual não foi o meu espanto quando vi que as duas últimas pessoas a entrarem no ônibus eram os dois rapazes que haviam trocado sinais.

Gelei...Respirei fundo... Com certeza aquele ônibus ia ser assaltado!

Depois que todos passaram, não ousei nem olhar para trás. Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!

Paguei o mais rápido possível. O ônibus, então, parou num sinal ... Eu já estava quase chegando ao meu destino. Pedi então que a trocadora pedisse ao motorista para abrir a porta ali mesmo para que eu saltasse. Assim que ouvi o barulho da porta sendo aberta, levantei-me e me dirigi à parte traseira do ônibus onde se localiza a porta de saída. Qual não foi a minha surpresa!!!!!!!!!!

Um dos rapazes com mochila encontrava-se de pé, fechando a porta de saída. Por um momento titubiei, não sabia o que iria acontecer...mas continuei caminhando rápido. Neste interim, uma pessoa se levantou e desceu do ônibus, abrindo assim caminho para que eu saltasse também.

Respirei aliviada e continuei andando com passos rápidos. Uma moça que andava ao meu lado, no mesmo rítmo, começou a falar comigo e disse estar grata pela porta ter sido aberta e ela ter descido do ônibus, estava com medo, pois tinha certeza que os mochileiros iriam assaltar o ônibus. Nós não demos a eles, tempo para que fossemos assaltadas. Era ela que havia descido do ônibus na minha frente. Eu a salvei pedindo para abrir a porta e ela me salvou abrindo caminho para eu passar. Foi tudo tão rápido que eles nem tiveram tempo para reagir.



Estou com saudades dos velhos tempos da minha mocidade, quando podíamos caminhar pela calçada da praia de Ipanema a qualquer hora do dia ou da noite. Éramos mais felizes que os jovens de hoje. Eles que já nasceram vendo toda esta violência, não querem deixar de viver a vida por causa dela, então, somos nós pais que sofremos por eles mais do que por nós mesmos.




Quando será que as autoridades conseguirão, se quiserem(?), acabar com a violência?




Tenho minha teoria sobre como tudo começou, mais isto também é uma outra história...


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